Não  costumo escrever posts longos, pois sei que poucas pessoas têm tempo e  disposição para lê-los. Em lugar disso, quando o assunto merece ou  exige, prefiro escrever dois ou mais posts, abordando diferentes  aspectos do mesmo assunto sem, é claro, a intenção de esgotá-lo.
O assunto não poderia ser mais complexo: buceta.
A  questão que coloco é a seguinte: será que existe mesmo uma “ditadura da  estética” impondo as mulheres a depilação completa ou parcial como  padrão de beleza íntima nos dias atuais? Para começar, a questão  envolve fatores individuais, sociais e culturais que se influenciam  mutuamente. Ou seja, a mulher depila (ou não) a buceta porque quer, para  agradar a si mesma ou ao parceiro(a), mas esse “querer” é social e  culturalmente influenciado e vice versa.

A  partir da metade do século passado, quando a nudez feminina passou a  ser explorada pela mídia de massa (o lançamento da Playboy data desse  período) a dimensão social da questão ficou evidenciada. Fotos  produzidas e veiculadas nos anos 60/70 mostram quase sempre mulheres com  os pelos pubianos crescidos. De lá para cá, os pelos foram diminuindo  até chegar aos “bigodinhos de Hitler” de hoje em dia. Essa “evolução”  não pode ser explicada, a não ser através da dimensão socio-cultural.

O  Brasil desempenha papel importante nesse processo, contribuindo para a  globalização da buceta raspada. Em nossa sociedade, pentelhos grandes  passam uma idéia de descuido e falta de higiene. Um dos traços da nossa  cultura é a exposição erotizada do corpo – coisa típica de “um país  tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza” – diferentemente da  Europa, onde a nudez pública nos parques e praias durante o verão (ou  nas saunas durante o inverno) tem mais a ver com saúde e bem-estar. Os  diminutos biquinis brasileiros (admirados pelos homens e desejados pelas  mulheres do mundo inteiro), somados a  rejeição social por pentelhos  grandes, impuseram as suas usuárias a necessidade de depilar não só as  virilhas, mas todo pentelho que fique fora da região coberta pelo  biquini. Esse padrão foi “exportado” para os EUA por 3 irmãs manicures e  depiladoras , de Vitória-ES, que possuem um salão em Nova Yorque e  atendem as principais estrelas do show-business e do cinema. E, assim, o  modelito “depilação cavada”, que inclui virilhas e grandes lábios,  ganhou o mundo e passou a ser imitado por um grande número de mulheres.

Diante  disso, é plausível concluir que existe, sim, uma ditadura da estética  (ou ditadura da moda), mas uma ditadura que exerce seu poder sutilmente e  deixa espaço para para o exercício de alguma individualidade. Ao  contrário do que acontecia há 50 anos, quando toda mulher tilha a buceta  cabeluda, hoje é possível (na vida e na midia) desde as peludinhas sem  exagero, até as totalmente depiladas, passando por dezenas de variações  possíveis.
Notas adicionais:
1. É difícil defender, atualmente, os pentelhos com base na sua função. Há quem afirme que eles existem para proteger a região genital.Ora, se isso fosse verdade os pentelhos masculinos nasceriam na cabeça do pau e não na base.
2. Para quem, durante o sexo oral, não se limita a usar a língua, pentelho demais atrapalha. Eu, que gosto de envolver a buceta toda com a boca, acho desagradável a sensação de estar com a boca cheia de pelos. O que não significa que a mulher tenha de estar totalmente depilada.
1. É difícil defender, atualmente, os pentelhos com base na sua função. Há quem afirme que eles existem para proteger a região genital.Ora, se isso fosse verdade os pentelhos masculinos nasceriam na cabeça do pau e não na base.
2. Para quem, durante o sexo oral, não se limita a usar a língua, pentelho demais atrapalha. Eu, que gosto de envolver a buceta toda com a boca, acho desagradável a sensação de estar com a boca cheia de pelos. O que não significa que a mulher tenha de estar totalmente depilada.

 
 
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